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Alienação eleitoral no Brasil cresce mesmo antes do fechamento das urnas

Votos brancos, nulos e abstenções crescem em comparação com 2014 na votação para Presidente da República

Alienação eleitoral no Brasil cresce mesmo antes do fechamento das urnas
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Nas Eleições 2018, a alienação eleitoral para presidente foi maior do que o primeiro turno em 2014. Isso significa que os votos brancos, nulos e abstenções foram maiores do que nas eleições anteriores.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral indicavam – às 0h30 desta segunda-feira (8) – que com 99% das urnas apuradas, mais de 40 milhões de pessoas ou não compareceram às urnas ou anularam o voto ou votaram em branco no Brasil. Em 2014, o número foi de 38,78 milhões. A diferença era de mais de 1,4 milhão de pessoas, ainda sem o fechamento das urnas.

Apesar de alto, os números não surpreendem, na avaliação do professor de Ciências Polícias e Sociais Homero de Oliveira Costa. “Esperava ainda mais”, afirma. Ele é um dos maiores especialistas do país sobre o tema e dedicou sua tese de doutorado ao tema alienação eleitoral.

Cenário regional e 2º turno

Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Oliveira Costa afirma que é preciso considerar as particularidades regionais. “O Rio Grande do Norte, por exemplo, teve os maiores dados do Brasil, com mais de 40% nas últimas eleições”, destaca. Contudo, ele indica que o patamar está próximo de outros anos, mas que deve crescer ainda mais no segundo turno.

“A expectativa é de uma diminuição dos brancos e nulos, com aumento das abstenções”, explica o professor. O motivo: o candidato não eleito de um eleitor pode fazê-lo não ir às urnas – e os que forem geralmente vão com a ideia de votar em algum candidato.

O doutor indica algumas hipóteses para o aumento da alienação: “Claro que há um somatório, mas o cenário de descrença nas instituições, um Congresso pessimamente avaliado [pelos eleitores] e os desdobramentos da Lava Jato podem levar ao aumento”.

De acordo com o especialista, a expectativa de aumento da renovação do cenário político pode ser um dos motivos que levou os eleitores às urnas, sem aumento tão grande da alienação. Isso, inclusive, é um dos fatores que colabora com mudanças de última hora, para ele.

Dois exemplos disso foram os resultados no Paraná e em Minas Gerais. No estado do Sul, os favoritos ao Senado Roberto Requião (MDB) e Beto Richa (PSDB) perderam as vagas para Oriovisto Guimarães (Podemos) e Flávio Arns (Rede).

Em Minas Gerais, na terça-feira (2)*, Romeu Zema (Novo) tinha apenas 10% das intenções de voto. Neste sábado (6)**, pulou para 23% contra 25% do atual governado Fernando Pimentel (PT). Nas eleições, Zema passou Antonio Anastasia (PSDB): 42% contra 29%.

Evolução de abstenções e votos inválidos no 1º turno em eleições presidenciais

Fonte: TSE.

* Pesquisa realizada pelo Ibope de 29/set a 1/out/2018 com 2.002 entrevistados (Minas Gerais). Contratada por: REDE GLOBO. Registro no TSE: MG-00237/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%.

** Pesquisa realizada pelo Ibope de 4/out a 6/out/2018 com 2.002 entrevistados (Minas Gerais). Contratada por: REDE GLOBO. Registro no TSE: MG-01559/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%.

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