Quem é o juiz que atropelou Romário e o prefeito das Olimpíadas do RJ?
Wilson Witzel pulou de 4º lugar nas pesquisas para líder da boca de urna. Ex-juiz federal já foi ameaçado de morte e tem como marco o combate à corrupção no Rio de Janeiro
Por Giorgio Dal Molin com agências
Juiz federal, doutorando em ciência polícia, mestre em processo civil e professor de direito penal. Este é o perfil de Wilson Witzel, ex-titular da 6ª Vara Federal Cível que deixou a magistratura dia 2 de março para filiar ao Partido Social Cristão (PSC) e se candidatar ao governo do Rio de Janeiro.
Até sábado (7), ele era um azarão: estava empatado na disputa em 3º com o candidato Ìndio, ambos com 12% nas intenções de voto do Ibope*. O ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) tinha 32% e Romário (Podemos) 20%. Na boca de urna**, aparece com 39% dos votos e Paes (DEM) 21%. Detalhe: o ex-prefeito liderou todos os levantamentos da campanha.
Propinoduto e ameaça de morte
Witzel iniciou os serviços n a Justiça Federal há 17 anos e tinha salário bruno de 29 mil, quando abandonou a magistratura em março. Ele também já foi pela Marinha, pela Instituto de Previdência do Município do Rio (Previ-Rio) e pela Defensoria Pública.
Pode-se dizer que o candidato é quase um Sérgio Moro carioca. Participou de casos amplos, como propinoduto carioca, durante o governo de Anthoni Garotinho- impgunado na disputa eleitoral deste ano para o governo fluminense, quando 22 réus foram condenados por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de dividas, em 2003.
O caso abriu caminho para vários outros inquéritos, inclusive o do mensalão, que chegou ao STF por envolver autoridades com foro privilegiado, como ministros e parlamentares.
O juiz já foi ameaçado de morte e, desde 2004, passou a vestir colete à prova de balas antes de sair de casa, devido à atuação nas Varas de Execuções Criminais nos estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Ele trocou de área (da criminal para a civil) justamente para preservar a família.
Campanha
Witsel centrou a campanha no combate à corrupção e à criminalidade. Vale lembrar: o estado, além de alto índice de criminalidade, tem um ex-governador condenado a mais de cem anos de prisão: Sérgio Cabral Filho (MDB).
Para ele, quem estiver portando fuzil num eventual governo seu será “abatido”, por representar um “risco iminente”.
* Pesquisa realizada pelo Ibope de 4/out a 6/out/2018 com 2.002 entrevistados (Rio de Janeiro). Contratada por: REDE GLOBO. Registro no TSE: RJ-02500/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%. *Não sabe / Não respondeu
** Pesquisa realizada pelo Ibope/Boca de Urna em 7/out com 2.600 entrevistados (Rio de Janeiro). Contratada por: IBOPE INTELIGENCIA PESQUISA E CONSULTORIA. Registro no TSE: RJ-06174/2018. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Confiança: 99%.