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Oriovisto e Arns são eleitos para o Senado e deixam Requião e Richa de fora

Vagas para o Senado surpreenderam. Pesquisas apontavam candidato do MDB como favorito à primeira cadeira da Casa

Oriovisto e Arns são eleitos para o Senado e deixam Requião e Richa de fora
Senado: Flavio Arns e Professor Oriovisto.
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Felippe Aníbal

Contrariando todas as perspectivas e pesquisas eleitorais realizadas ao longo da campanha, Professor Oriovisto Guimarães (Pode) e Flávio Arns (Rede) vão ocupar as duas vagas ao Senado pelo Paraná. Eles foram eleitos, respectivamente, 29% e  23% dos votos válidos. De forma surpreendente, os recém-eleitos desbancaram políticos de trajetória consolidada no estado, como Roberto Requião (MDB) e Beto Richa (PSDB).

Candidato mais bem votado, Oriovisto chega ao Senado já na primeira eleição que disputou. Ele também nunca ocupou um cargo público. Apoiado pelo governador eleito, Ratinho Junior (PSD), o professor é um dos fundadores do Grupo Positivo, que começou em 1972 como cursinho pré-vestibular e que, hoje, se consolidou como um conglomerado que incluiu uma universidade, editora, gráfica e fábrica de celulares e equipamentos de informática. Oriovisto também é o concorrente ao Senado que declarou maior patrimônio – R$ 297,7 milhões .

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Assim que a apuração já indicava sua vitória, Oriovisto foi à sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), em Curitiba, acompanhado de Ratinho Junior. Lá, ele discursou pela primeira vez e agradeceu a votação maciça.

“Recebi com satisfação enorme essa identificação da população com minha mensagem. Me deixa com mais fé que vou poder lutar por essas propostas no Senado. O povo está falando isso claramente, que vai no mesmo caminho do que o Ratinho vai fazer no Paraná”, disse.

O senador recém-eleito também garantiu que vai trabalhar pela aprovação das reformas política e previdenciária. Oriovisto também disse que espera que o presidente eleito “não seja o PT” e que vai atuar para trazer recursos para o estado, independentemente de visão política.

“Vou representar bem o Paraná, trazer os recursos que o Paraná precisa, não discutir Venezuela ou ideologia, isso não resolve os problemas do Brasil. Trazer os recursos que eu puder trazer. Alvaro e Flavio são duas pessoas com quem me dou muito bem. Vamos formar um time de senadores que o Paraná nunca teve, brigando em uma frente ampla pelo estado. No aspecto mais geral vou brigar muito por leis mais duras contra a corrupção. Esse é o compromisso que quero dar prioridade absoluta. Numa casa, num país em que todos roubam nada dá certo”, afirmou.

Arns

Flavio Arns despontou como segunda via já no final da corrida eleitoral. Ele vai ocupar uma cadeira do Senado pela segunda vez. O político já cumpriu mandato de senador entre 2003 e 2011 e já havia sido deputado federal pelo Paraná por três legislaturas seguidas – entre 1991 e 2003. Arns também ocupou duas secretarias ao longo do governo Richa – a de Educação e a de Assuntos Estratégicos. Pelo Twitter, o senador eleito se manifestou em uma postagem rápida.

“Muito obrigado, Paraná! Vamos construir nosso mandato juntos!”, escreveu.

Arns também seguiu ao TRE-PR, onde agradeceu publicação pela votação e se referiu à vitória em terceira pessoa – como “nosso mandato” -, porque acredita que a vitória foi conquistada coletivamente. “’Nosso mandato’, porque todas as pessoas do Paraná se envolveram espontaneamente, sem comitê, sem recursos, com o pessoal dizendo: ‘Queremos fazer a boa política’. Cada um foi atrás do voto. Por isso a gente diz ‘nosso mandato'”, explicou.

O senador eleito preferiu não declarar apoio a nenhum dos candidatos à presidência que vão disputar o segundo turno e apontou que deve apostar no diálogo, independentemente do partido que vencer a eleição. “Nós não discutimos isso ainda, mas podemos dizer de antemão, como senador do Paraná, faremos todo o possível para as medidas necessárias ao brasil sejam tomadas. Seja quem for o presidente, vamos conversar, discutir, achar soluções”, disse.

Virada

A última pesquisa eleitoral realizada pelo Ibope* e divulgada no sábado (6), apontava que Requião estava isolado na liderança com folga, com 38% das intenções de voto. Em segundo lugar, havia uma disputa acirrada, com Oriovisto com 23%, Richa com 21% e Arns com 21% das intenções, todos em empate técnico.

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A virada surpreendeu, porque Requião vinha liderando desde o início da corrida eleitoral. O candidato do MDB chegou a abrir mão de parte de seu tempo de tevê para fazer campanha para o candidato ao governo João Arruda (MDB) – de quem é tio – e para um concorrente direto ao Senado, Nelton (PDT). Requião reconheceu a derrota e a atribuiu a “ataques” e “infâmias” e disse que não vai mudar “um milímetro” seus posicionamentos.

Já Beto Richa viu sua candidatura naufragar principalmente após ter sido preso na Operação Radio Patrulha – que investiga um esquema de corrupção em um programa de manutenção de estradas rurais. O ex-governador despencou do segundo lugar nas intenções de voto para o atual sexto lugar, com menos de 4% dos votos válidos.

 

*Pesquisa realizada pelo Ibope com 1.512 entrevistados (Paraná). Contratada por: SOCIEDADE RADIO EMISSORA PARANAENSE SA / TV PARANAENSE, REDE PARANAENSE. Registro no TSE: PR-07265/2018. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Confiança: 95%. *Não sabe / Não respondeu

 

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