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Beto Richa diz que “barbárie” acirrou disputa pelo Senado

Após votar em Curitiba, ex-governador voltou a se dizer injustiçado e afirmou que, em eventual segundo turno para a Presidência, é anti-PT

Beto Richa diz que “barbárie” acirrou disputa pelo Senado
Beto Richa foi votar acompanhado da esposa Fernanda.
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O ex-governador Beto Richa e candidato ao Senado pelo PSDB votou por volta das 10h20 desse domingo (7) no Colégio Estadual Amâncio Moro, no bairro Jardim Social. Com a candidatura sob pendências na Justiça Eleitoral e alvo direto de uma operação que o levou preso temporariamente no dia 11 de setembro, ele disse estar animado e que a indefinição sobre a posse da segunda cadeira de senador pelo Paraná só acontece por causa da “barbárie da qual foi vítima”.

“Pude perceber nas respostas que eu recebia de lideranças do interior dizendo que o clima de aceitação ao nosso nome vinha crescendo. Hoje está tudo embolado devido à barbárie da qual eu fui vítima. Lamentavelmente, fui vítima de uma grande injustiça, talvez uma das maiores injustiças já cometidas em um período eleitoral da história do Paraná”, disse à imprensa após votar.

Richa e outras 14 pessoas, inclusive sua esposa Fernanda Richa e seu irmão Pepe Richa, foram presos no âmbito da operação Radio Patrulha, que apura fraude na licitação que tirou do papel o programa Patrulha no Campo, voltado para a manutenção de estradas rurais do estado. Ele foi solto antes do prazo terminar por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, dias depois, foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público.

O ex-governador e a esposa dele, que vota em outro local de Curitiba, chegaram ao Colégio Amâncio Moro pouco depois das 10h. O casal estava acompanhado do filho Marcello Richa, candidato a deputado estadual. Na chegada, foram cumprimentados por alguns apoiadores, mas também tiveram de ouvir gritos de “Fora, Beto Richa”.

O candidato aguardou cerca de dez minutos na fila de votação. Interagiu pouco, enquanto Fernanda Richa o aguardou no pátio do colégio. Ela não quis conversar e declarou apenas que a “imprensa já fez o que tinha que ser feito”.

Depois de votar, Beto Richa falou por cerca de dez minutos. Durante entrevista, voltou a apontar sua prisão como uma cartada política para tirá-lo da campanha, destacando o fato de a prisão ter sido feita seis anos após os casos suspeitos. “Não há dúvida nenhuma que foi para exterminar, para destruir a minha candidatura. E é até impressionante a ousadia deles de nem disfarçar tentativa de interferir no processo eleitoral”, comentou, acrescentando, no entanto, que não é contra as investigações contra políticos, contanto que sejam “justas”.

Beto Richa também voltou a dizer que sua prisão reforça a ideia de que a classe politica está em vias de ser exterminada. “Isso é muito ruim para a nossa democracia”. Ele falou também que, apesar de sua candidatura ter três pedidos de impugnação registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não vê isso como um problema, já que, afirmou, não vê “nenhum aspecto legal nesses pedidos”.

Sobre as possibilidades de sua herdeira política Cida Borghetti (PP) não ir ao segundo turno, Richa declarou apenas que “cada um sabe o trabalho que fez”.

Anti-PT

Beto Richa comentou brevemente sobre a disputa à Presidência da República, tida como a mais conturbada desde a redemocratização do país.

Aos jornalistas, afirmou que seu voto para presidente foi para o correligionário Geraldo Alckmin, embora acredite ser difícil, nesse momento, uma vitória para o partido.

Em possível segundo turno entre o candidato petista Fernando Haddad e o capitão reformado Jair Bolsonaro (PSL), o ex-governador do Paraná afirmou que será anti-PT, embora não tenha confirmado apoio a Bolsonaro. “Eu sou político e mantenho minha coerência. Votei no Geraldo Alckmin [PSDB], ainda acreditando numa possibilidade, embora devemos reconhecer que está difícil. Mas num eventual segundo turno eu sou anti-PT”.

Questionado se essa declaração significava um voto aberto a Bolsonaro, ele rebateu: “Vamos esperar o resultado das eleições, mas…”. (Angieli Maros)

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