Haddad diz que vê risco à democracia e que Constituição está ‘em jogo’ com eleição
Folhapress
Em seu primeiro pronunciamento após a confirmação do segundo turno, Fernando Haddad (PT) afirmou ver risco à democracia e disse que o pacto pela Constituição de 1988 está em jogo com a disputa presidencial deste ano.
No seu discurso de pouco mais de cinco minutos, neste domingo (7) em um hotel de São Paulo, Haddad disse que se sente desafiado pelos resultados, que apontaram um avanço forte da onda de apoio a Jair Bolsonaro (PSL), e que é hora de “unir os democratas”.
“Me sinto desafiado pelos resultados, que são bastante expressivos no sentido de fazer atentar aos riscos que a democracia corre”, declarou Haddad. “Essa eleição de 2018 coloca muita coisa em jogo, inclusive o pacto da constituição de 1988”, completou.
LEIA TAMBÉM: Bolsonaro e Haddad vão disputar o 2.º turno
De saída, o discurso já causou racha no PT. Enquanto o grupo mais próximo a Haddad e integrantes do PCdoB defenderam que o candidato fizesse uma fala de conciliação e ampliação de acordos —e setores políticos—, alas do PT resistiram, argumentando que ainda não era hora de acenos mais ao centro, por exemplo.
Mas Haddad bateu o pé e disse que era preciso extrapolar as frentes habitualmente abordadas por petistas. “Queremos unir os democratas do Brasil, as pessoas que têm atenção aos mais pobres, projeto amplo, profundamente democrático, que busque justiça social”, afirmou o candidato em cima do palco.
Haddad disse ainda que a partir desta segunda-feira (8) já inicia a campanha do segundo turno. Ele viaja a Curitiba para conversar com o ex-presidente Lula e pedir carta branca para os acenos e movimentações.
LEIA TAMBÉM: Sem nenhum político de peso, militantes do PT choram em acampamento em frente à PF
Jaques Wagner, que se elegeu senador pela Bahia, deve desembarcar em São Paulo para ocupar um cargo na coordenação da campanha. Ele deve ajudar o candidato a vencer as resistências internas da sigla.
Haddad disse também que vai enfrentar o segundo turno “muito respeitosamente” e que sua arma será “o argumento”. “Nós não portamos armas, vamos com a força do argumento para defender o Brasil e seu povo tão sofrido”.
Haddad anunciou também que já havia conversado com Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL) por telefone.