Com viés de alta para Bolsonaro e Haddad estacionado, últimas pesquisas apontam 2.º turno
Jéssica Sant’Ana
As últimas pesquisas para presidente divulgadas neste sábado (6), véspera da eleição, mostra que devemos ter um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). O deputado federal chega na reta final do primeiro turno com viés de alta, chegando à casa dos 40% dos votos válidos. Já o petista estacionou na casa dos 20% dos votos válidos. O segundo turno, porém, segue aberto, já que as pesquisas apontam que os dois candidatos estão empatados tecnicamente nesse cenário.
Tanto o Ibope* quanto o Datafolha** divulgados neste sábado apontaram que Bolsonaro tem 36% das intenções de votos totais e o ex-prefeito de São Paulo, 22%. Nos votos válidos, aqueles que excluem brancos, nulos e indecisos, o Ibope mostra Bolsonaro com 41% e Haddad, 25%. Já no Datafolha, o candidato do PSL tem 40% dos votos válidos e o petista, 25%.
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Nas simulações para segundo turno, os dois candidatos estão empatados tecnicamente nos dois levantamentos, considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. No Ibope, Bolsonaro tem 45% das intenções de votos totais e Haddad, 41%. No Datafolha, o deputado federal também aparece com 45%, mas o ex-prefeito de São Paulo tem 43%.
Bolsonaro cresceu na última semana
Olhando para o histórico de pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas a partir de 15 de agosto (data limite para registro de candidaturas), Bolsonaro sempre se manteve na liderança, excluindo o cenário com o ex-presidente Lula (barrado pela Justiça Eleitoral). O candidato do PSL oscilou de 20% a 36% das intenções de votos totais no Ibope e 22% a 36% no Datafolha.
Nesta semana, reta final para o primeiro turno, Bolsonaro rompeu a barreira dos 30% dos votos pela primeira nos dois institutos, chegando a 36% neste sábado. Isso representa um crescimento de nove pontos percentuais em relação à pesquisa divulgada na última semana (26 de setembro) no Ibope e de 16 pontos percentuais na comparação com a primeira pesquisa publicada após registro das candidaturas. Já no Datafolha, a alta é de oito pontos em relação à pesquisa de 28 de setembro e de 14 pontos na comparação com o levantamento de 21 de agosto.
Nem mesmo após o atentado a faca, sofrido por Bolsonaro durante um evento de campanha em Juiz de Fora (MG), o candidato teve uma alta tão expressiva, como a desta semana. O atentado aconteceu em 6 de setembro e o Datafolha foi divulgado logo depois, no dia 10, e o Ibope no dia 11. Naquela ocasião, o Datafolha apontou Bolsonaro subindo de 22% para 24% das intenções de voto e o Ibope, de 22% para 26%.
Já Fernando Haddad (PT) teve um movimento oposto. Ele cresceu logo após ser oficializado pelo PT como o candidato do partido à Presidência. O ex-presidente Lula, mesmo condenado em 2.ª instância no âmbito da operação Lava Jato, foi registrado em 15 de agosto com o candidato do partido. A candidatura dele foi barrada na madrugada de 1.º de setembro pela Justiça Eleitoral, com base na Ficha Limpa, e Haddad oficializado no dia 11.
Antes de ser confirmado candidato, o ex-prefeito de São Paulo tinha menos de dois dígitos de intenção de voto. Na primeira pesquisa Ibope divulgada após o atentado, em 18 de setembro, ele saltou de 8% para 19% das intenções de voto. Subiu ainda mais no levantamento seguinte, publicado pelo Ibope em 24 de setembro, e chegou a 22%.
Ele, porém, parou de crescer entre a última semana de setembro e a primeira semana de outubro, apenas oscilando dentro da margem de erro. No Ibope, oscilou de 21% a 23% e no Datafolha, de 21% a 22%.
Apesar do viés de alta para Bolsonaro e de Haddad estacionado na casa dos 20%, as simulações de segundo turno apontam um cenário indefinido. Os dois candidatos estão empatados dentro da margem de erro, com Bolsonaro à frente numericamente no Ibope com 45% versus 41% de Haddad e 45% contra 43% do petista no Datafolha.