Autora do impeachment, Janaína Paschoal é a deputada estadual mais votada da história
Janaína Paschoal (PSL) era apenas uma professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) até redigir o pedido de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2015. Desde então a jurista tornou-se uma das figuras mais celebradas da direita brasileira. Janaína foi consagrada, neste domingo (7), a deputada estadual mais votada do Brasil, com mais de 2 milhões de votos.
Ainda antes de estar oficialmente eleita, a advogada usou sua conta no Twitter para agradecer o apoio de seus correligionários. “Amados, estamos todos aguardando os resultados oficiais, não quero me antecipar, mas creio que não seja inadequado já agradecer os votos, a confiança e o carinho do povo de São Paulo. Peço a Deus serenidade, lucidez e saúde para poder trabalhar muito por São Paulo e pelo Brasil!”, disse ela, por volta das 20h do domingo de votação.
Janaína também agradeceu às pessoas de outros estados que fizeram campanha para ela junto a amigos de São Paulo. Em seguida, pediu desculpas àqueles que ela, porventura, não conseguisse responder. “Não estou conseguindo responder às muitas mensagens, nem mesmo aos telefonemas. Por favor não se ofendam. Sintam-se todos igualmente abraçados. Amo muito todos vocês!”
Janaina nasceu em São Paulo, capital, e tem 44 anos. Vem de uma família de quatro irmãos e é casada com seu primeiro namorado desde que tinha 26 anos. Tem dois filhos com ele e, em 2016, relatou à revista Veja que a família do marido é eleitora do PT.
Informações de diversas publicações dão conta de que, depois do impeachment, a professora enfrentou muitos problemas na convivência com os colegas de USP, que ela mesma classifica como um “reduto petista”. Com os alunos não foi diferente. Um dia depois que Dilma foi afastada pelo Senado, a sala em que Janaína dá aula tinha uma faixa com a palavra “golpista” ao lado do quadro. Um cartaz pendurado do lado de fora das salas de aula ainda afirmava “golpe ontem e hoje”.
Apoiadora assumida do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, ela chegou a flertar com a possibilidade de se lançar à vice-presidência na chapa do deputado. Depois que a parceria não se confirmou, ela usou por diversas vezes as redes sociais para fazer campanha para ele. Em determinado episódio, sugeriu que o pré-candidato a presidente do Partido Novo, João Amoêdo, deveria ser o vice de Bolsonaro.
Mais recentemente, conclamou o candidato do PSL a voltar à campanha de forma mais ativa. Ele praticamente não pôde fazer campanha depois de sofrer um atentado a faca em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 6 de setembro. No fim daquele mês, pouco antes do debate entre presidenciáveis promovido pela Record, ela usou seu Twitter para falar diretamente ao presidenciável, confundindo-o com um chefe de Estado. “Se estiver em condições de ir ao debate, tem de ir! Gases não podem parar um chefe de Estado!”
À Gazeta do Povo Janaína afirmou que gastou pouco mais de R$ 60 mil em sua campanha à Assembleia Legislativa de São Paulo. Agora vai integrar o Legislativo do maior estado do país ao lado de outros aliados de direita.