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Envolvido em escândalos de corrupção, Beto Richa sofre derrota esmagadora no Senado

Ex-governador não perdia uma eleição desde 2001. Nome manchado por operações policiais naufragaram sua campanha, no entanto

Beto Richa (PSDB), manchado por escândalos, teve desempenho fraco nas eleições 2018 (Marcelo Andrade/Gazeta do povo)
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Felippe Aníbal

O ex-governador Beto Richa (PSDB) sofreu uma derrota significativa na disputa por uma das cadeiras no Senado Pelo Paraná. Envolvido em denúncias de corrupção, o tucano amargou um sexto lugar, com menos de 4% dos votos válidos (377.834 votos). Desde de 2001, Richa vinha ocupando cargos eletivos e, desde então, não havia perdido uma única eleição. Ele não se manifestou sobre o resultado das urnas.

A campanha de Richa naufragou principalmente depois de ele ter sido preso – em 11 de setembro – em decorrência da Operação Rádio Patrulha, que apura um esquema de corrupção em um programa de pavimentação de estradas rurais. O ex-governador foi solto cinco dias depois, após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter lhe concedido um salvo conduto.

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Desde então, o tucano despencou nas pesquisas de intenção de voto, caindo do segundo lugar isolado. Na última sondagem – a pesquisa Ibope* publicada no sábado (6) – apontavam Richa em terceiro, mas em empate técnico com Professor Oriovisto (Pode) e com Flávio Arns (Rede).

Ao votar na manhã deste domingo (7), no Colégio Estadual Amâncio Moro, em Curitiba, Richa havia se declarado vítima de uma “barbárie”, o que teria sido responsável por “embolar” o cenário. O ex-governador também apontou sua prisão a uma estratégia para “destruir” sua candidatura.

“Hoje está tudo embolado devido à barbárie da qual eu fui vítima. Lamentavelmente, fui vítima de uma grande injustiça, talvez uma das maiores injustiças já cometidas em um período eleitoral da história do Paraná”, disse, antes de ir às urnas. “Não há dúvida nenhuma que foi para exterminar, para destruir a minha candidatura. E é até impressionante a ousadia deles de nem disfarçar tentativa de interferir no processo eleitoral”, completou.

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Não foi só a Operação Rádio Patrulha. Ao longo dos últimos dois anos, Richa teve seu nome implicado em outros escândalos. Um deles é a licitação da duplicação da BR-277, investigada pela Operação Lava Jato. As investigações apontam que o teria sido direcionado à Odebrecht, em troca do pagamento de R$ 4 milhões em propina – dos quais, R$ 3,5 milhões teriam sido efetivamente repassados ao tucano.

Outra operação que atingiu aliados do ex-governador é a Operação Quadro Negro, que apontou o desvio de quase R$ 30 milhões de obras de construção e reforma de escolas estaduais.

Fora do palanque

Se até a eleição passada o apoio de Richa era considerado valioso, após a prisão o ex-governador viu antigos aliados virarem as costas para si. A atual governadora Cida Borghetti (PP) – que foi vice do tucano – entrou com uma ação junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TER), pedindo para que a candidatura do tucano fosse retirada de sua coligação. Outras lideranças do PSDB, como o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, e o deputado federal Valdir Rossoni, também abandonaram Richa.

O ex-governador não se manifestou em redes sociais. A Gazeta do Povo procurou a assessoria do candidato, mas não houve resposta.

 

*Pesquisa realizada pelo Ibope com 1.512 entrevistados (Paraná). Contratada por: SOCIEDADE RADIO EMISSORA PARANAENSE SA / TV PARANAENSE, REDE PARANAENSE. Registro no TSE: PR-07265/2018. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Confiança: 95%. *Não sabe / Não respondeu

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