Compartilhar
Facebook Twitter Whatsapp
ELEITO

Quem é Eduardo Leite, o próximo governador do Rio Grande do Sul

Kelli Kadanus
Foto: Reprodução/Facebook Eduardo Leite
PUBLICIDADE
Compartilhar

Prefeito de Pelotas (RS) entre 2013 e 2016, Eduardo Leite (PSDB) começou a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul em segundo lugar, com apenas 8% das intenções de voto e desbancou o atual governador do estado, José Ivo Sartori (MDB) no segundo turno. Leite foi eleito neste domingo (28) com 53,2% dos votos válidos no estado, contra 46,7% dos votos para Sartori.

O tucano foi prefeito de Pelotas de 2013 a 2016 e será o governador mais jovem do Rio Grande do Sul desde a redemocratização. Ele tem 33 anos.

A explicação para o sucesso

Para o professor do programa de pós-graduação em ciência politica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rodrigo Stumpf Gonzalez, Leite se beneficiou da falta da tradicional polarização entre PT e PSDB na eleição nacional, que também se refletiu na política local.

“Isso permitiu que o Eduardo Leite emergisse como alternativa administrativa a um governo pouco popular”, explica o professor. Gonzalez também chama atenção para o fato de não haver uma esquerda unificada tentando se opor à candidatura de Sartori.

DESEJOS PARA O BRASIL: Democracia aprofundada, com uma política moralmente exemplar

“Esses candidatos acabaram tendo pouco sucesso na campanha, mas ao mesmo tempo eles disputaram entre si a possível ida ao segundo turno e praticamente ninguém se preocupou com o Leite”, explica. “Ele fez uma campanha em que conseguiu ser pouco atacado porque ninguém acreditava que ele teria sucesso”, completa.

Há, ainda, outro fator que beneficiou Leite na disputa pelo governo. “Nunca um governador em período democrático no Rio Grande do Sul se reelegeu”, lembra o professor da UFRGS. “O Sartori carrega o peso de ser o governador do estado, ainda mais em uma situação em que boa parte dos estados está em crise econômica”, ressalta.

Quem é Eduardo Leite?

Eduardo Leite é formado em direito e se elegeu vereador aos 19 anos. Aos 27, tornou-se prefeito de Pelotas. A campanha dele para a prefeitura, apesar de terminar vitoriosa, começou com tropeços. Ele não conseguiu, por exemplo, preencher todo o tempo de TV a que tinha direito por ter uma coligação com nove partidos. Sua equipe não conseguiu produzir material a tempo. Mesmo assim, foi eleito com a maior votação da história da cidade, com 110 mil votos.

Em maio de 2016, quando cerca de 60% dos eleitores o aprovavam e ele liderava as pesquisas de intenção de voto, anunciou que não disputaria a reeleição. “A reeleição foi mal assimilada no Brasil. Se sou contra, não posso me beneficiar dela”, disse na época. Quem concorreu foi sua vice, Paula Mascarenhas, que acabou eleita.

Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Leite declarou patrimônio de R$ 32,5 mil. Até agora, informou gasto de R$ 3,8 milhões na campanha e arrecadação de R$ 6 milhões. Mais da metade do dinheiro – R$ 3,9 milhões – veio do próprio partido. Leite também arrecadou R$ 2 milhões em doação de pessoas físicas.

Compartilhar
PUBLICIDADE