Vídeo de 2015 foi editado para parecer manifestação de apoio a Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios
Notícia falsa
Falso: O vídeo é de uma manifestação pelo impeachment de Dilma Rousseff, de 2015, e o áudio foi substituído por outro para simular gritos de apoio ao candidato. A manifestação reuniu, segundo a PM, 40 mil pessoas e não um milhão como afirma a postagem enganosa.
Entenda o caso
É falso o vídeo publicado no Facebook pela página “Bolsonaro Presidente Sudeste” que alega que um milhão de pessoas fizeram um “coro de arrepiar” na Esplanada dos Ministérios em defesa de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL. A gravação original foi publicada no YouTube em 15 de março de 2015 em um ato pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Para encontrar o conteúdo original, o Comprova fez uma análise do vídeo. Em uma cena da gravação, aparece uma pessoa com um cartaz escrito “Fora Dilma”, bastante difundido durante os protestos contra o segundo governo da petista, entre 2015 e 2016.
A partir disso, foi realizada uma busca no Google Vídeos com as seguintes palavras-chaves: “fora” “dilma” “manifestação” “brasília”. Na primeira página dessa busca foi possível encontrar o vídeo em questão.
A gravação original foi publicada no YouTube por Mairon Oliveira, advogado e morador do Distrito Federal. Ao Comprova, ele confirmou a autoria do vídeo. “Isso foi em 2015 na manifestação ‘fora Dilma’. Não tem nada a ver com o Bolsonaro”, disse.
Além disso, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em 15 de março de 2015, a Polícia Militar do Distrito Federal estimou que a manifestação pelo impeachment reuniu 40 mil pessoas e não um milhão como diz a descrição do vídeo enganoso. Já os organizadores do protesto, na época, diziam que cerca de 100 mil foram à Esplanada dos Ministérios.
O vídeo publicado pela Página “Bolsonaro Presidente Sudeste” foi compartilhado nessa segunda-feira, 17 de setembro, e alcançou mais de 66 mil compartilhamentos e 888 mil visualizações nas primeiras 24 horas.
Esta verificação foi feita pelas redações do Poder360, Gazeta Online e Estadão.