Uma forma de financiar jornalismo de qualidade

Com o derretimento do modelo tradicional de negócio do jornalismo, antes com verbas publicitárias e classificados abundantes, Gazeta do Povo se fia nas assinaturas digitais que irão patrocinar as reportagens de qualidade

, especial para a Gazeta do Povo.

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Em uma conta rápida, bem por cima, são necessárias pelo menos sete pessoas para fazer uma única reportagem chegar até você. Entre repórter, editor, repórter fotográfico e especialistas em distribuição e em tecnologia. Essa é a realidade da qual nos esquecemos com mais frequência do que deveríamos: informação confiável e de qualidade custa. Esse é o preço por profissionais comprometidos com a verdade, ‘doa a quem doer’, como manda o bom jornalismo independente, que apura as informações e não se dá por satisfeito com versões.

Mas como tornar essa equação sustentável em um mundo depois que o modelo tradicional foi implodido pela internet com a queda dos classificados e da publicidade? “Para os principais publishers do mundo, o caminho é claro. A solução está nas assinaturas digitais. A visão da Gazeta do Povo não é diferente”, pontua Guilherme Döring Cunha Pereira, presidente do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom) e um dos proprietários do jornal. Até os anos 2000, a publicidade era responsável por 70% da receita do jornal. Hoje a aposta projetada é ousada: chegar em alguns anos com 80% da receita calcada nas assinaturas e 20% de anúncios.

“O produto se destaca da concorrência pelo seu posicionamento de centro na economia e política, aliado ao campo moral mais conservador”, garante o diretor de negócios e multiplataforma
Guilherme Vieira. E essa personalidade, que está no DNA do jornal há décadas, achou ainda mais reverberação devido ao momento de amplo debate político pelo qual o Brasil passa.

“Foi o primeiro grande quality paper do Brasil a instalar um filtro de geolocalização, permitindo que o leitor acesse homes personalizadas, locais ou nacionais. Bem como a adoção dos filtros de humor ao fim de cada reportagem, que ajudam a entender a experiência dos usuários.”

Vieira destaca ainda que, além do conteúdo, a questão tecnológica passou a ser também o coração do negócio. “Não dá para tocar um jornal, ainda mais da maneira a que nos propomos, totalmente digital, e não ter área de tecnologia como core”.

Graças ao investimento pesado em tecnologia, como relembra o diretor de marketing Axeu Beluca, o jornal foi o primeiro grande quality paper do Brasil a instalar um filtro de geolocalização, permitindo que o leitor acesse homes personalizadas, locais ou nacionais. Bem como a adoção dos filtros de humor ao fim de cada reportagem, que ajudam a entender a experiência dos usuários.

O jornal criou ainda um leiturômetro, que diz como é o seu consumo pessoal de informação, mostrando sua frequência de navegação pelas notícias e os temas que mais gosta. “O conteúdo base
entre os jornais é muito parecido. Então, o que encanta o assinante e gera afinidade é o conteúdo exclusivo e a perspectiva oferecida”, conclui Beluca.