Falta um plano para o futuro do Paraná

Como fazer o desenvolvimento voltar a decolar no estado? O ponto de virada pode acontecer agora se observadas quatro condições medulares

, especial para a Gazeta do Povo.

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Ao longo das eleições de 2018, a Gazeta do Povo explicitou seus sonhos – olhados sob um outro ângulo, os desafios mais críticos – para o desenvolvimento econômico, social e ético do Paraná. São eles: a elaboração, com amplo consenso da sociedade, de um planejamento de longo prazo; a criação de um ambiente inovador e competitivo; uma elevada eficiência administrativa; excelência em áreas essenciais.

A renovação política conquistada democraticamente nas urnas em 2018 abre antes de mais nada uma oportunidade única para um esforço conjunto de planejamento. A praxe política das últimas décadas no país – e no estado – caracterizou-se por um olhar míope, de curto prazo, incapaz de abrir perspectivas que orientem os atores políticos, econômicos e sociais a tomar as melhores decisões. É preciso mudar essa lógica. No Paraná estão dadas todas as condições, pelo perfil das lideranças de todos os setores relevantes, para se realizar esse trabalho de explicitar os sonhos, as diretrizes e os caminhos relevantes para construir uma região com outro nível de progresso e desenvolvimento.

Quanto ao segundo desafio, vale lembrar que não existe desenvolvimento de qualquer tipo sem inovação. Essa é a ferramenta que pode tornar o estado competitivo novamente. Só assim será possível mudar o perfil de uma economia de baixo valor agregado para uma de alto valor, que gere emprego e renda, tornando-se a força-motriz do crescimento. O poder público deve favorecer
as parcerias público-privadas na área do conhecimento, incluir o ensino da inovação nas escolas, e fomentá-la nas universidades e centros de pesquisa. E eliminar entraves burocráticos e fiscais,
a exemplo do que foi feito nas bem sucedidas experiências do Vale do Silício, nos EUA, e de Jerusalém, em Israel.

Não pode mais se admitir a baixa eficiência administrativa do poder público. Todas as instâncias precisam se reinventar, reduzir gastos com pessoal, aplicar os recursos do povo com sabedoria,
promover reformas e adotar critérios técnicos na formação das equipes. A história recente prova que indicações de cunho político-partidário geram consequências graves.

O bê-á-bá dos serviços essenciais também precisam ser oferecidos com qualidade à população, como saúde e educação. É imperativo romper com práticas ultrapassadas por comodismo ou medo de enfrentar a opinião pública, e adotar novos hábitos.