Como o Brasil pode se tornar um país melhor?
Qualquer discussão séria que busque o desenvolvimento pleno da nação precisa considerar sete questões essenciais
Da Redação, especial para a Gazeta do Povo.
Até quando o Brasil será um país em desenvolvimento? Quando entraremos numa rota de rápido crescimento sustentável? As respostas a essas questões passam obrigatoriamente por mudanças
corajosas e abrangentes. A Gazeta do Povo vem trabalhando desde as eleições, de forma consistente com suas convicções, com um conjunto de 7 desafios que nos parecem os mais primordiais
para o país. O jornal não tem dúvida de que são necessárias transformações estruturais, não apenas no modelo institucional do governo ou na economia, mas também no campo da cultura, incluído aí o campo dos valores de nossa sociedade.
Nesta linha, um primeiro passo é um estado mais leve e ágil, com gastos que cabem no orçamento, a fim de retomar o crescimento econômico e permitir contas públicas sustentáveis. Paralelamente, é crucial mais espaço à iniciativa privada. Como aprenderam os chilenos, hoje o país da América Latina com melhores indicadores econômicos. O que explica a liderança é um mix que inclui concessões públicas, privatizações, PPPs, reformas tributária e trabalhista, e um sistema de aposentadoria sustentável.
O país precisa de uma economia rica, competitiva e produtiva, que atualmente é baixíssima. A solução está em mercados mais abertos, que buscam exportar mais e se especializar em áreas que
exigem muito conhecimento, como as indústrias farmacêutica e química. Isso sem abandonar os mais necessitados à própria sorte. O governo deve reconstruir a capacidade de atender os mais frágeis. Em tempo: não compete apenas ao Estado promover a mudança. O mercado e a mídia fazem parte do caminho para aumentar a liberdade do indivíduo, que precisa ser visto como agente da mudança.
Outro pilar para o desenvolvimento é aprofundar a cultura democrática. No Índice de Democracia da Unidade de Inteligência da revista The Economist, um dos indicadores mais completos
sobre o tema, somos considerados uma democracia falha por figurar na 49ª posição entre 167 nações. As piores notas estão nos quesitos funcionamento do governo, cultura política e falta
de confiança na própria democracia, principalmente devido à corrupção.
Casado com o aprofundamento da cultura democrática está a valorização da educação. Acreditamos que ela é um instrumento para formar cidadãos mais éticos para um mundo em constante
transformação.
Qualquer debate sério sobre o futuro do país também precisa reconhecer que a família é a pedra fundamental da formação ética dos indivíduos. Especialistas não pestanejam em afirmar que famílias desestruturadas não só têm impacto direto no bem-estar de crianças e adolescentes, mas perpetuam ciclos de pobreza.
Na mesma moldura, insere-se a defesa da vida desde a concepção, decorrência direta do valor inestimável da dignidade humana – que não é dada nem retirada por ninguém. A absoluta prioridade na proteção de crianças e adolescentes deve, portanto, abranger todas elas, inclusive as que ainda não nasceram. É o que a Constituição quer dizer em seu artigo 5º quando garante a “inviolabilidade do direito à vida”, enfatizando que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.