Nome de peso da cobertura política da Globo se junta ao time de colunistas da Gazeta
Equipe de colunistas garante ao leitor análises e opiniões qualificadas. Em fevereiro, mais um nome importante reforça a equipe
Leonardo Mendes Júnior*, especial para a Gazeta do Povo.
As múltiplas vozes em uma Gazeta que fala para o mundo inteiro
Quando conheci a Gazeta do Povo, ali pela metade dos anos 80, eram raros os textos assinados no jornal. O que induzia a minha atenção infantil a ser atraída por aquelas caixas de texto em que o nome do autor se destacava perto do título. Como sempre começava a leitura pelo esporte, encontrava o João Saldanha, o Carneiro Neto, o Josias Lacour, o Paulo Mosimann. Seguia para o resto do jornal e parava alguns minutos naquela página inteira, cheia de fotos, do Dino Almeida.
Já há um bom tempo as reportagens da Gazeta do Povo e da absoluta maioria dos jornais brasileiros são assinadas. Crédito justo a quem produz o oxigênio do jornalismo. Mas o fascínio pelos colunistas, pela opinião, arrisco a dizer, não apenas se manteve, como se ampliou nos dias de hoje.
É de ganhar o dia quando o colunista recebe do leitor a mensagem “você escreveu exatamente o que eu pensava, mas não sabia como descrever”. Para alguns, o gol é causar tamanho desconforto a ponto de o amigo internauta desopilar o fígado na caixa de comentários ou de e-mail.
O nosso time de colunistas consegue as duas coisas em doses similares. Se você navega pelo site da Gazeta do Povo, está acostumado a essas reações. Se a sua experiência é mais impressa, dê uma olhada na amostra grátis que estamos oferecendo nesta edição histórica – juro que não vou contar pra ninguém que você tá perdendo muita coisa boa na plataforma digital.
O que os nossos colunistas escrevem está a um clique ou uma página de distância. Vocês conhecem melhor do que eu. Quero é cometer algumas inconfidências e contar como é essa constelação por trás dos textos.
Há dois anos, quando a transformação digital da Gazeta do Povo era um ousado e secreto projeto, respirei fundo e perguntei ao Ricardo Amorim se ele topava se juntar a nós. Respondeu que estávamos no caminho certo e que o Brasil tinha uma dívida com Curitiba, por causa da Lava Jato. Dois meses atrás, quando decidimos não renovar o contrato, o Ricardo olhou pra mim e disse: “nunca fui tão bem tratado e me senti tão bem em um lugar como na Gazeta do Povo”.
O Constantino veste a camisa como se fosse sócio da empresa. Topa todas as maluquices para incrementarmos o volume de assinantes. Aceita com extrema disciplina mesmo os feedbacks
mais duros.
A Madeleine Lacsko é o gatilho mental mais rápido do oeste (e de qualquer outro ponto cardial). Conversar com ela é certeza de tratar dos mais variados assuntos e segundos. Sempre papo reto. Sempre com uma solução. A senha de que chegamos a um acordo são os emojis de “faca na caveira”, de coração e de oração, dispostos um ao lado do outro.
O Nogy adora uma conversa por WhatsApp. Manda áudios de 5 minutos mesmo sabendo que eu vou levar dias para ouvir. E nunca perde a oportunidade de dizer que adoraria escrever sobre futebol (e aí, aceito ou recuso o pedido?).
Todo o editor de fim de semana na home da Gazeta do Povo sabe que terá uma longa e boa resenha com o Mario Vitor Rodrigues. Ele aciona o celular do plantão, pergunta quem é e engata a conversa, sempre com o objetivo de entregar a melhor coluna no fim do domingo.
O Márcio Coimbra mandava os textos por WhatsApp para várias pessoas na redação. Um arquivo de
Word anexado. E nos deixou um emocionante recado de despedida, no pé de sua última coluna, dizendo que “passou a amar a Gazeta e seu time espetacular” e que tinha sido “um orgulho fazer parte desse time vencedor”.
Já desisti de convidar o Guido Orgis para almoçar logo depois do meio-dia. São os 15 minutos que ele
precisa para produzir uma análise econômica que: 1) Explicará um tema intrincado com uma simplicidade desconcertante; 2) Será a manchete do site porque será o melhor conteúdo no ar; 3) Trará muita audiência.
A cada fim de semana, quando abro o semanal para ler o Zé Carlos, consigo enxergar ele em pé, em uma sala na PUC, contando aquele causo, entremeando o relato pela risada saborosa que é sua característica. Era o professor que conseguia a façanha de me prender dentro da sala de aula do início ao fim – não à toa, o Zé pegava no meu pé dizendo que eu era claustrofóbico e precisava respirar no corredor.
Poderia dedicar mais incontáveis parágrafos a dividir histórias deliciosas dos colunistas. Os que estão
com a gente hoje e os que já passaram por aqui – como o Dionísio Filho, que faz muita falta neste mundo, e, acostumado a trabalhar no rádio, soltou “um, dois, três, gravando” antes de me ditar uma coluna por telefone. Mas este texto está na edição impressa e não quero que o Luan Galani precise “cortar pelo pé”, como diziam os mais antigos. Só quero contar a história de mais dois.
Ele acompanhava nossa produção a partir do Twitter. Quando perguntei se toparia conversar, respondeu “temos muita afinidade”. Ao fim de um almoço, também em Brasília, citou uma fala do clássico Casablanca: “É o início de uma grande e bela amizade”.
Ela se encontrou comigo em um café em Brasília há seis meses. Ouviu todo o projeto editorial da Gazeta
do Povo e, já no dia seguinte, me mandou uma mensagem com uma detalhado plano de como poderia
trabalhar conosco.
Ele é Alexandre Garcia, o grande nome da cobertura política da Globo em Brasília ao longo das últimas três décadas. Neste mês de fevereiro, Alexandre Garcia passará a integrar o time de colunistas da Gazeta do Povo – em texto e áudio.
Ela estará conosco dentro de algumas semanas. Conto o milagre e o santo em breve. Pois, se a reportagem é o oxigênio do jornalismo, as colunas dão musculatura à mensagem que queremos passar aos nossos leitores.
Boas-vindas aos colunistas que chegam. Muito obrigado aos que estão – ou já estiveram – conosco. E feliz centenário a todos vocês, leitores da Gazeta do Povo.
*É diretor de redação da Gazeta do Povo e integrou orgulhosamente o quadro de colunistas do jornal de 2011 a 2015.