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De benefício à obrigação: como o plano de saúde ajuda a trazer e reter talentos
Empresas relatam que oferecer uma boa cobertura de saúde melhora índices de produtividade e em alguns setores passou a ser requisito mínimo para ter bons funcionários
Visto inicialmente como um benefício ofertado aos funcionários como ferramenta de atração e retenção de talentos, um diferencial na busca pela contratação dos melhores profissionais, o plano de saúde corporativo passou a ser uma importante forma de se aumentar a produtividade da empresa, melhorando o clima organizacional, dando mais segurança ao trabalhador e reduzindo o absenteísmo (índice de faltas e atrasos ao trabalho).
“Um colaborador amparado por bons benefícios sempre produz mais. Ter a chance de trabalhar sabendo que sua saúde está coberta transforma a produtividade de um colaborador. Com a prevenção da saúde, o índice de absenteísmo é reduzido, os colaboradores são engajados e comprometidos com o objetivo, trazendo um retorno significativo para a empresa”, avalia o Gerente de Gestão de Pessoas do Grupo Uninter, Joel Ziemann Ferruci.
“Investir em um plano de saúde é vital para a boa imagem da empresa, a satisfação dos funcionários e a melhora da produtividade. O retorno do investimento é estimado na expectativa de redução da rotatividade dos colaboradores, aumento da produção e menor absentismo. Além disso, o investimento pode ser abatido do imposto de renda”, destaca Giliane Natal Mendes, coordenadora da Ribeiro Corretora de Seguros.
“Em pesquisa recente que fizemos com nossos clientes, recebemos um feedback que 97% do público entrevistado considera o plano de saúde como o benefício mais importante dentro da sua empresa”, conta a gerente financeira da Paraná Clínicas, Graziela Sabino Antunes. “Isso não nos surpreende de forma alguma, pois, infelizmente, no nosso país com tantas desigualdades sociais o atendimento público é deficitário e não atende nossa população no tempo necessário. Quando a empresa possui em seu pacote de benefícios o plano de saúde, contribui na retenção do funcionário, pois traz pra ele uma tranquilidade e segurança da garantia do acesso a tratamentos caso necessário na rede privada”, acrescenta. “Funcionários saudáveis trabalham mais e melhor”, conclui.
Requisito Mínimo
Nas empresas de tecnologia, que competem pela atração de talentos, o que antes era um benefício já passa a ser uma obrigação. “As empresas de tecnologia na sua maioria oferecem, então, se não oferecer, você já perde os melhores profissionais. Acaba sendo efetivamente uma despesa, mas eu encaro como uma conta que faz parte do salário do funcionário. Não considero piorar o plano ou cortar. Então indiretamente, acaba sendo um investimento”, conta Márcio Viana, diretor executivo da TOTVS Curitiba, que diz empregar 2% de sua folha de pagamento no contrato com a operadora de plano de saúde. “No mercado de startups, atrair e reter talentos não é uma tarefa fácil. Precisamos nutrir um ambiente de apoio mútuo, para que essas pessoas sintam-se acolhidas e respeitadas.
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Oferecer o plano de saúde na atualidade deixou de ser um plus para ser um requisito mínimo desejado pelos melhores profissionais”, corrobora Caroline Brischi - Head de Gestão de Talentos da EADBOX. Se oferecer ou não o plano já é questão superada para essas empresas, o desafio, agora, é escolher a opção mais adequada para as necessidades dos funcionários e a realidade da empresa. O tipo de contrato depende da negociação que a empresa fez com a operadora, o tipo de plano contratado, coberturas, abrangências.
“Neste aspecto, o auxílio de uma corretora de seguros é fundamental para definir qual operadora melhor se encaixa nas necessidades da empresa e seus colaboradores”, lembra Giliane.
“Realizamos benchmarking com outras empresas e também com a opinião dos nossos colaboradores, que por utilizarem o plano e entendendo seus hábitos e suas características, podem revelar suas necessidades, por meio de uma pesquisa interna. Termos uma corretora de confiança e com qualidade no trabalho, faz com que os processos sejam otimizados e colaboradores satisfeitos”, contou Ferruci.
A rede credenciada ou a disponibilidade de unidades próprias, a modalidade de contrato, com ou sem contrapartida do usuário e a ação preventiva, além dos custos efetivos, são alguns dos pontos a serem avaliados na escolha do melhor plano para cada empresa.
“Estamos há três anos com um contrato com a Paraná Clínicas. Sentimos total diferença. Tenho o índice de absenteísmo em queda. O plano fez um movimento bem importante de ter convidado os profissionais para fazer exames preventivos, já apresentando as guias prontas, de mamografia para as mulheres e de intestino para os homens. Foi uma campanha que nos surpreendeu. Iniciativa deles. Nos enviou uma carta citando a incidência dessas doenças e já mandando as guias para esses exames”, relata Paulo Gastão, CEO da PG Mais, que diz gastar 0,05% de seu faturamento bruto com o plano de saúde.
PG Mais gasta 0,05% de seu faturamento bruto com o plano de saúde de funcionários
Nem o período de crise econômica que o país atravessa levou essas empresas a cogitarem rever o benefício. “Todas as despesas e todos os investimentos foram reavaliados na crise. Mas nunca cogitamos cortar o plano de saúde. Diminuímos os lucros, mas entendemos que pela importância das pessoas no desenvolvimento de nossas soluções, decidimos não mexer em benefícios”, contou Gastão. “Negociamos muito forte com a operadora, três meses de negociação, até que coubesse no orçamento. Mas não cogitamos cortar”, disse Viana.