É preciso coragem para questionar dessa forma

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Há exatamente um ano, a Gazeta do Povo atravessou uma crise provocada pela militância do cancelamento.

Foi no início de novembro de 2020 que um vídeo do colunista Rodrigo Constantino desencadeou uma campanha contra sua presença no jornal. A Gazeta manteve firme seu princípio de defesa da liberdade de expressão e, na sequência, virou alvo de uma campanha de desmonetização.

Com o apoio de nossa comunidade de assinantes, atravessamos a crise e chegamos em novembro de 2021 com muitas razões para dizer que a batalha pela liberdade está mais dura a cada dia.

Vamos dar dois exemplos da última semana.

O jogador de vôlei Maurício Souza expressou sua opinião a respeito do avanço cultural da pauta LGBT. Foi perseguido até o ponto de ser desligado de seu emprego.

A Gazeta do Povo foi o único jornal com discernimento para separar o que era fato e o que era grito da militância. Veja o que escrevemos:

“Insulto, agressão e violência são tudo o que não existe nas manifestações que levaram ao cancelamento de Maurício Souza. A agressão e a violência reais são aquelas cometidas contra a liberdade de expressão do atleta, e são perpetradas por aqueles que não toleram a discordância, a ponto de buscarem inviabilizar completamente a vida de uma pessoa, pressionando para que lhe seja tirado até mesmo seu ganha-pão.”

Poucos dias depois, a Gazeta chamou a atenção para outra ameaça à liberdade no Brasil: a vontade do ministro do STF Alexandre de Moraes de se tornar o “editor” do que pode ou não ser dito durante as eleições de 2022.

No julgamento do TSE em que a chapa do presidente Jair Bolsonaro foi absolvida, por falta de provas, das acusações à qual respondia, o ministro disse: “Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado.” Você leu certo. A repetição do que não foi provado ao tribunal será punida com a cassação.

Moraes assume a presidência do TSE um mês antes das eleições. A Gazeta entendeu o perigo que isso significa em seu editorial:

“O verdadeiro problema, e que está implícito na fala de Alexandre de Moraes, é que o Judiciário parece disposto a se tornar o que não pode ser: árbitro do que é manifestação de opinião ou do que é fake news – às vezes classificando como tais mesmo o que não é uma afirmação factual –, do que é ‘ódio’ ou ‘medo'”.

Estes são apenas dois exemplos da coragem de posicionamento da Gazeta. Algo que só é possível porque contamos com uma comunidade de assinantes que entendem o valor de participar do debate com uma voz como a nossa.

Assim como um ano atrás, precisamos de mais apoio.

As eleições estão se aproximando. A tesoura de edição de ministros e juízes vai começar a ser usada. E a sua única proteção é ter certeza de que o jornalismo sério e independente da Gazeta continuará ativo.

Uma assinatura custa pouco: R$ 0,99 no primeiro mês e R$ 21,90/mês depois. Não espere a próxima campanha de cancelamento. Não espere a próxima decisão de algum tribunal.

Um forte abraço,
Equipe Gazeta do Povo