Repercussão é péssima, mas não há sinal de volta dos visitantes a jogos do Atlético
Clube sinaliza aos que não podem pagar caro pelo ingresso ou torcem por outros clubes que não são bem-vindos em seu estádio. Com isso, gera antipatia, mas mantém sua polêmica decisão
Foi péssima a repercussão após a exibição das imagens que mostraram colorados (foto abaixo) sendo retirados do local onde vibraram com um dos gols do time gaúcho em Atlético Paranaense 2 x 2 Internacional. O jogo da noite de quinta-feira pelo Campeonato Brasileiro foi mais um no qual vigorava a proibição de torcedores visitantes na Arena da Baixada.
Diante de tão polêmica medida, em vigor desde a partida do Furacão diante do Cruzeiro, em 17 de maio, pela Copa do Brasil, fiz uma pesquisa em meu perfil no Twitter. A pergunta foi: “Você aprova a proibição de torcedores do time visitante em jogos do Atlético Paranaense em Curitiba?” Entre sexta-feira e sábado, a conta na rede social recebeu 12.545 votos.
Apenas 1% foi registrado na opção “Sim. E torço pelo Furacão“. Na alternativa “Sim. Torço por outro time” foram 6%, ou seja, apenas 7%, ou 878 votantes, aprovam a medida. A resposta “Não. E torço pelo Furacão“, obteve 10%; com 83% clicando no “Não. Torço por outro time“. No geral, 93% (11.666) discordam do veto a outras camisas em pelejas na casa da equipe rubro-negra.
A coluna entrou em contato com Mario Celso Petraglia. A pergunta ao presidente do Conselho Deliberativo do Atlético foi: A proibição de torcida visitante nos jogos do Atlético vem causando uma repercussão muito negativa para a imagem do clube, há a possibilidade de voltarem atrás? “Sem comentários”, ele respondeu.
A medida foi acatada pelo clube após recomendação do Ministério Público do Paraná. Pelo jeito apenas atleticanos seguirão autorizados a frequentar as partidas na Arena, que recebeu 6.358 pagantes no empate com o Internacional. Abaixo da média de público do clube no Brasileirão, que não chega a 10 mil pessoas, a 14ª entre os 20 integrantes da Série A após 13 rodadas.
O Atlético se afasta de sua gente com ingressos caros para não associados (a partir de R$ 100), joga para pouca gente, perde força em casa — venceu duas das seis partidas na Arena neste campeonato, perdendo três — e acumula antipatia. Não poderia ser diferente quando diz a quem não pode pagar tanto ou torce por outros clubes que não é bem-vindo em seu belo e moderno estádio.
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A derrota para o Cruzeiro, de virada, por 2 a 1, em Belo Horizonte, foi a oitava do Atlético no campeonato. Nenhum outro time perdeu tanto em 14 rodadas. Uma vitória do Ceará sobre o Internacional nesta segunda-feira colocará o Furacão na lanterna do Campeonato.
Passa da hora de a diretoria repensar recentes decisões, atrair o torcedor de volta à Arena, recuperar a força do mando de campo e evitar o rebaixamento. Dos 18 pontos disputados em seus domínios, o time fez apenas 7, a segunda pior campanha de um mandante na Série A.
Domingo, em Curitiba, o adversário atleticano será o Vitória, uma posição acima da zona da degola.
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Em meio à importante vitória (1 a 0) sobre o América-MG, duelo direto com um rival na luta para não voltar à segunda divisão, o Paraná espera Maicosuel. Aos 32 anos o atacante retorna ao clube onde se revelou. Experiente, pode ajudar, mas precisará de maior assiduidade. Fez apenas 12 partidas pelo Grêmio em 2018, não marcou gol com a camisa do time gaúcho.
Antes de ser emprestado, ainda defendendo o São Paulo, que o repatriou após passagem pelo Al Sharjah dos Emirados Árabes, fez seu último tento. Foi em 14 de outubro do ano passado, o da vitória do tricolor paulista sobre o Atlético Paranaense por 2 a 1, no Pacaembu.
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Eduardo Baptista não perdeu a fé. “Ainda tivemos jogadores estreando recentemente, casos do Rafael Lima e o Bellusso. Vai encaixar“, disse o técnico do Coritiba à coluna. Mas será uma bela caminhada para chegar a tal objetivo, como o jogo de sábado deixou claro.
Depois de abrir 2 a 0 diante de sua torcida, o time cedeu o empate ao São Bento no segundo tempo. Mas um erro do auxiliar Luiz Antonio Barbosa invalidou o segundo tento do time paulista — Cléo Silva não estava impedido quando recebeu o passe.
A igualdade no jogo de sábado, no Couto Pereira, viria no final. Minutos após Uillian Correia fazer duas faltas praticamente seguidas, levar um par de cartões amarelos e consequentemente ver o vermelho ser apresentado pelo árbitro mineiro Emerson de Almeida Ferreira.
“Novamente saímos na frente e cedemos o empate. Precisamos sustentar o resultado”, alertou o treinador. Poderia ser pior para a equipe de Eduardo Batista, que não saiu da cancha com a derrota por mais um erro grave da equipe de arbitragem.
Nos acréscimos, o outro bandeirinha, Marcio Eustáquio Sousa Santiago, viu mais um impedimento inexistente, desta vez de Ronaldo. Ele cabeceou para as redes e o São Bento voltou a ter gol mal anulado — Leandro Silva dava condições ao atacante.
Pior do que a atuação do Coxa só mesmo apitador e bandeiras, que impediram a vitória do visitante, um time que perdera os quatro jogos anteriores. O resultado que coloca o Coritiba com um retrospecto preocupante: uma vitória nas sete últimas partidas.
São apenas seis pontos ganhos em 21 disputados e um aproveitamento de apenas 28,5% nessa terrível sequência. Mas Eduardo Baptista segue acreditando: “Estamos montando um time bom, vamos subir”. Está claro que para isso terá muito trabalho.