Campeã mais uma vez, França avisa ao mundo: é um rival que veio para ficar

Na "Era da Taça Fifa, colocada em disputa após o tricampeonato do Brasil em 1970, a Alemanha já a ergueu três vezes. Argentinos, italianos, brasileiros e agora franceses duas. Os espanhóis uma

Franceses erguem a taça da Copa do Mundo 2018. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
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Nas últimas seis Copas do Mundo foram três finais e duas conquistas, em 1998, batendo o Brasil e agora derrotando a Croácia. Quando perdeu, para a Itália em 2006, foi nos pênaltis. Teve ainda o título da Eurocopa de 2000 e o vice em 2016. Foram 11 competições internacionais em duas décadas, e a França campeã mundial decidiu cinco, ganhando três. Não resta dúvida, os franceses são mais do que sócios do clube dos grandes do futebol. E com apetite por vitórias.

Nesta decisão vimos o confronto entre o pequeno e o grande. Por mais que a Croácia tenha jogadores técnicos, conte com atletas de clubes como Atlético de Madrid, Milan, Liverpool, Internazionale, Barcelona, Real Madrid e Juventus, a equipe da ex-república iugoslava não tem, nem de longe, o peso da França. Isso não muda nem com a presença de nomes do calibre de Luka Modrić e Ivan Rakitić, meio-campistas titulares dos dois gigantes espanhóis.

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Após o terceiro lugar em 1998, nas quatro Copas seguintes os croatas foram eliminados três vezes na fase de grupos e para outra sequer obtiveram classificação. Em 2002 não avançaram em chave na qual o México seguiu adiante, o que se repetiria em 2014. Em 2006 ficou pelo caminho e a Austrália seguiu. O país não qualificou seu time para o Mundial de 2010. Um desempenho modesto que vinha caracterizando a seleção dos Balcãs. Em 2018 vimos o chamado ponto fora da curva.

Craque da Copa 2018, Modrić fez seu terceiro Mundial, que poderia ser o quarto se a Croácia tivesse disputado o da África do Sul. Vrsaljko, Lovren, Perisic, Brozovic, Rebic, Mandzukić, Kovacic, Vida e Subasic estiveram no Brasil em 2014. Esse grupo chegou à Rússia com experiência, algo que certamente ajudou a superar as grandes adversidades, como as três prorrogações e duas disputas de penalidades máximas, inclusive contra o país-sede.

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 Em 12 anos, além da derrota para a Itália, nos penais, na final de 2006, os franceses saíram na primeira fase em 2010, mergulhados em séria crise, e deixaram o certame nas quartas-de-final há quatro anos. Naquela oportunidade foram derrotados pela Alemanha, que massacraria o Brasil e venceria a Argentina na decisão. Na Eurocopa que sediou, em 2016, um trauma: a França perdeu a decisão para a Portugal, também algoz dos croatas, nas quartas.

Era preciso fazer algo após a decepção com o revés em casa. E a França mudou meio time em relação à equipe derrotada pelos portugueses na decisão da Euro, há dois anos. Seguiram titulares o goleiro Lloris, Umtiti, Pogba, Matuidi e Griezmann. Já Payet, Evra, Sissoko, Sagna e Koscielny não foram ao Mundial, o último por lesão. Titular há dois anos, Giroud perdeu a vez, mas recuperou a posição de Dembélé após a estreia. Esta foi a vez de Pavard, Hernández, Varane, Kanté e Mbappé.

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 Dos titulares, já tinham experiência de Copa o arqueiro Lloris (disputou a terceira), Varane, Giroud, Griezmann, Matuidi e Pogba. Mesmo jovem, entre os que mais foram a campo, o selecionado francês contou com muitos atletas que chegaram aos gramados russos sabendo o que é um Mundial de futebol. Isso neutralizou a maior vivência do time croata, com 27 anos na média de idade contra 25.

Caminhos diferentes, seleções que historicamente não são do mesmo tamanho. Trajetórias bem distintas dentro de uma Copa que concentrou as maiores forças num lado que tinha Brasil, Argentina, Uruguai, França e Bélgica, enquanto do outro estavam os croatas, repentinamente sem a Espanha campeã de 2010 incrivelmente eliminada pelos anfitriões. Tudo isso pesou para levar à decisão uma pátria que há duas décadas estreava em Mundiais.

Isso não significa que a Croácia não mereceu ir tão longe. As oportunidades foram aparecendo e ela as aproveitou, com uma geração de bons jogadores e capacidade de superação demonstrada em momentos nos quais a eliminação parecia por um fio. Torneios com características eliminatórias costumam proporcionar chances desse tipo, mas só um time as aproveita, no caso, espanhóis e ingleses, cada um com um título de campeão, não foram capazes.

Por sinal, a França, com sua segunda Copa do Mundo, supera Inglaterra e Espanha em conquistas, além de se igualar a Argentina e Uruguai. Instituída em 1974, a Taça Fifa substituiu a Jules Rimet, conquistada em definitivo pelo Brasil com o tricampeonato de 1970. O troféu de ouro 18 quilates com 36,8 centímetros de altura e 6,1 quilos é de posse transitória. A Alemanha já o ergueu três vezes. Argentinos, italianos, brasileiros e agora franceses duas. Os espanhóis uma.

Nessa “Era” do Mundial de Futebol, os gauleses estão mesmo entre os grandes. E a Copa do Mundo disputada na Rússia apenas confirma isso. Senhoras e senhores, a França é rival que veio para ficar.

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