Seleção brasileira vê Copa terminar com poucos que chegarão ao próximo Mundial
Dos 14 atletas que Felipão usou no 7 a 1, quatro reapareceram em 2018 e do time que Tite mandou a campo diante dos belgas, quatro a cinco têm, em tese, chances reais de receberem nova oportunidade
Bélgica terceira colocada na Copa do Mundo. Parte de sua badalada geração não estará no próximo Mundial, especialmente homens da defesa, mas o país fez história com sua melhor campanha e terá uma Euro em dois anos. A Inglaterra ficou em quarto e espera o amadurecimento de suas novas gerações, no plural mesmo. Além do jovem elenco que foi à Rússia, há a molecada campeã mundial Sub-17 e Sub-20. Os ingleses, enfim, sonham. E quanto ao futuro da seleção brasileira?
A final da Copa do Mundo de 2014 completou quatro anos na sexta-feira e no domingo outra decisão colocará duas equipes frente a frente. Na véspera da vitória da Alemanha sobre a Argentina no Maracanã, a seleção brasileira foi a Brasília disputar o terceiro lugar com a Holanda. Perdeu por 3 a 0, ou seja, num intervalo de quatro dias o time canarinho levou 10 gols e fez um. Você se lembra quais eram os jogadores daquela semana desastrosa do Brasil?
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No massacre germânico o goleiro era Júlio César, que se aposentou recentemente, no Flamengo. Maicon, titular da lateral-direita, voltou ao país em maio para vestir a camisa do Avaí, que disputa a segunda divisão. David Luiz segue no Chelsea, mas é provável que deixe o clube inglês antes de começar a temporada 2018/2019, enquanto seu companheiro de zaga, Dante, deixou o Bayern de Munique após a Copa para defender o Wolfsburg e atualmente veste a camisa do Nice.
Até hoje no Real Madrid, Marcelo é um dos raros remanescentes do desastre de 2014, em Belo Horizonte, que seguiram titulares até o jogo da eliminação brasileira para a Bélgica, em 2018. Assim como Fernandinho, volante que segue no Manchester City e formou dupla com Luiz Gustavo no 7 a 1. Este era do Wolfsburg e hoje atua no Olympique de Marseille. Oscar era do Chelsea no Mundial passado e foi seduzido por proposta milionária do Shanghai SIPG.
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Na China, ele tem como colega de time Hulk, que era do Zenit São Petersburgo durante o Mundial passado e desde 2016 atua na Ásia. Goleado, o Brasil escalado por Luiz Felipe Scolari tinha Bernard, que segue no Shakhtar Donetsk, e Fred, então centroavante do Fluminense e que quase dois anos depois se transferiu para o Atlético Mineiro. No começo de 2018 ele voltou ao Cruzeiro, mas se lesionou e não deverá retornar aos campos antes de outubro.
Veio do banco nos 7 a 1 Paulinho, do Tottenham em 2014 e que seguiu para o futebol chinês, vestiu a camisa do Barcelona e há alguns dias voltou ao Guangzhou Evergrande. O meio-campista é outro que sobreviveu (ou renasceu) para a seleção e foi até titular na Rússia. O mesmo vale para Willian, outro que saiu da reserva na goleada e que segue no Chelsea, onde Ramires, a terceira substituição na catástrofe, atuava ao seu lado, mas hoje é do Jiangsu Suning.
Neymar não esteve em campo devido à lesão sofrida diante da Colômbia nas quartas-de-final. Obviamente vestiu a camisa 10 no Mundial deste ano e em 2022 dificilmente não o veremos em ação novamente. Além do polêmico craque, quais jogadores escalados por Tite têm chances reais de participar do certame daqui a quatro anos? Não são tantos, ou seja, se a renovação foi ampla de 2014 para 2018, algo parecido deverá acontecer até a o certame agendado para o Catar.
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O goleiro Alisson (terá 29 anos) depende de suas atuações para ter nova chance, ao contrário da dupla de zagueiros à sua frente. Thiago Silva e Miranda estarão com 37. Fágner nem deveria ter ido à Rússia, independentemente de idade, único obstáculo para Marcelo, que completará 34 primaveras sete meses antes de a bola rolar em Doha. Hoje é inimaginável pensar em Willian, Paulinho e Fernandinho indo para a terceira Copa, mas Philippe Coutinho e Gabriel Jesus sim.
Dos 14 atletas que Felipão usou no 7 a 1, quatro reapareceram em 2018 e do time que Tite mandou a campo no jogo da desclassificação, quatro a cinco têm, em tese, chances reais de receberem nova oportunidade de levar o Brasil ao sonhado hexa. Renovações constantes, feitas em meio a idas e vindas, trocas de treinadores, tudo intuitivo, político e resultadista. Algo que torna fácil a compreensão do jejum de 20 anos sem o Brasil sequer chegar à final da Copa.
Belgas, ingleses, franceses e outros curtem isso tudo.
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