Copa do Mundo 2018 e os perigos para Tite, mesmo com o Brasil bem preparado
Resultados geram otimismo, mas raros confrontos contra europeus mostraram algumas deficiências que a seleção brasileira precisará corrigir durante o Mundial
Não foi um time empolgante o levado pelo Brasil aos Estados Unidos, mas um dos mais competitivos e bem preparados para Copa do Mundo. Em 1994 Carlos Alberto Parreira fez um dos seus raros bons trabalhos como técnico de futebol. Montou uma seleção brasileira coesa. Levava poucos gols e contava com um artilheiro genial para vencer jogos. Quebrou jejum que durava 24 anos.
Desde então a CBF não teve uma equipe tão bem estruturada especificamente para o torneio como o atual time de Tite. Apesar de não ter cumprido um ciclo inteiro entre uma Copa e outra, o treinador colocou o trem nos trilhos, afastou o risco real de vexaminosa eliminação e classificou o scratch canarinho. Ainda teve tempo para aprimorar seu conjunto sem o desespero por resultados.
Em 1994 a entrada de Romário na equipe só aconteceu após as lições aprendidas nas eliminatórias, quando a dupla Parreira-Zagallo tentou classificar o Brasil sem o “Baixinho”. Mas dele precisou no cotejo decisivo, frente aos uruguaios. E inegavelmente não só se curvaram ao talento do goleador, como ajustaram em função dele o próprio time, que chegou forte ao gramados norte-americanos.
Agora Tite não tem ausências tão polêmicas a atormentá-lo. Os gremistas Arthur e Luan deveriam figurar entre os 23 convocados, mas eles, como os demais fora da lista, não geram tamanha pressão. E as lições da fase de classificação, se aprendidas, são heranças de Dunga, antecessor que deixou terra arrasada como legado. O atual treinador não teve maus momentos à frente da seleção.
E aí está o perigo. Raros foram os confrontos com europeus desde que ele trocou o Corinthians pela CBF. E justamente nesses jogos apareceram sinais merecedores de atenção e prevenção. Diante de uma esfacelada seleção inglesa, em novembro, o empate sem gols significou êxito para a linha de cinco homens na retaguarda britânica. E nítido incômodo para o treinador brasileiro.
O Brasil será forte e competitivo, embora apresente dificuldades diante de defesas bem fechadas. Falta um meia que abra retrancas com passes precisos. Alguém como De Bruyne, Isco, David Silva, Iniesta, Modric ou Thiago Alcântara. O Brasil tem talentos que atuam em velocidade, por isso Tite desejava um armador que resolveu chamar de “ritmista. Mas no grupo que convocou não o tem.
“Não criamos muito. Aí é mérito para a Inglaterra, que conseguiu em termos defensivos segurar”, admitiu após o 0 a 0 em Wembley, claramente contrariado. “Se eu tivesse Coutinho em situação normal técnica e física, poderia ter colocado ele por dentro”, lamentou. Adaptando o meia revelado pelo Vasco, que brilhou no Liverpool e defende o Barcelona Tite pode encontrar uma saída.
O time brasileiro teve mais posse de bola em quase todos os jogos recentes: Áustria 64%, Croácia 65%, Rússia 67%, Inglaterra 64%, Japão 61% e Austrália 61%. Exceções foram as partidas diante da (mesmo desfalcada) Alemanha 45% e Argentina 43% (única derrota do treinador, por 0 a 1). Ingleses e croatas, esses antes das muitas substituições no amistoso, exibiram essa dificuldade brasileira.
A Suíça, adversária da estreia, já não é mais apenas o time do “ferrolho” de outros Mundiais. Ela ataca. Mas ainda sabe se defender. De cara, um bom desafio para a seleção brasileira de Tite.
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